Diversidade no ingresso à graduação atinge marca histórica

Uma universidade mais diversa e plural, com maior representação do conjunto da sociedade brasileira. É para essa realidade que apontam os dados dos ingressantes 2019 na Unicamp, apresentados pela Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest), ao final das matrículas. Pela primeira vez, a Unicamp adotou diferentes modalidades de acesso aos cursos de graduação, que incluíram além do vestibular tradicional, as vagas olímpicas, o vestibular indígena, o ingresso por meio do Enem e as cotas étnico-raciais para estudantes autodeclarados pretos ou pardos. Nesse último grupo, a Universidade obteve uma marca histórica: 35,1% do total de 3.428 matriculados este ano são autodeclarados pretos e pardos. No ano anterior, esse percentual foi de 23,9%.

A Unicamp praticamente atingiu a meta aprovada pelo Conselho Universitário, em novembro de 2017, de obter para 2019 um mínimo de 25% de estudantes pretos e pardos em cada curso de graduação. Das 69 opções de cursos oferecidas, somente Música Licenciatura, Dança e Estudos Literários não apresentaram o mínimo. Por outro lado, em 23 cursos a porcentagem de estudantes pretos e pardos foi igual ou superior a 37,2%, índice da representatividade da população negra no Estado de São Paulo, segundo dados do IBGE (Leia a retrospectiva sobre a adoção das cotas pela Unicamp).

Com relação aos matriculados egressos do ensino médio público, em 33 cursos o percentual foi igual ou superior a 50%. No geral, a Unicamp registrou 47,9% de estudantes que vieram de escolas públicas. No ano passado, o índice foi de 49,2%.

Além dos índices gerais, que estão na tabela abaixo, os dados por curso estão disponíveis para consulta na página da Comvest.

A Comissão avalia os resultados como muito positivos. De acordo com José Alves de Freitas Neto, coordenador executivo da Comvest, a Unicamp deixa de ter um padrão homogêneo de seleção, em que alguns dias de provas definem o futuro e o ingresso de estudantes na Universidade. “Os resultados demonstram o êxito da politica de diversificação das formas de acesso, que permitiram ampliar a diversidade cultural, social, étnica e racial. Esse novo cenário estimula o convívio, a reflexão e a produção do conhecimento e, consequentemente, uma leitura crítica sobre as questões que desafiam o mundo contemporâneo”, afirmou José Alves.

A Unicamp acredita que a diversidade irá enriquecer o ambiente acadêmico e a produção de conhecimento. “Os desafios são muitos, do ponto de vista da integração e do acompanhamento do desenvolvimento desses estudantes, mas temos que saudar essa nova era de uma Unicamp conectada com o século XXI e com os desafios da construção de uma sociedade mais plural e democrática”, disse José Alves.

Inclusão Social – Matriculados 2019

Modalidade de ingresso Matriculados Cotistas
Pretos e Pardos
EM Público (EP) Pretos e
Pardos (PP)
Indígenas Pretos e pardos
de escolas públicas
n % n % n % n % n % EP
dentre
os PP
% PP
dentre
os EP
Vestibular Unicamp 2.727 711 26,1% 1.090 40,0% 863 31,6% 6 0,2% 467 54,1% 42,8%
ENEM-Unicamp 601 296 49,3% 474 78,9% 327 54,4% 1 0,2% 199 60,9% 42,0%
Vestibular Indígena 64 64 100,0% 0,0% 64 100,0% 0,0% 0,0%
Vagas Olímpicas 36 15 41,7% 14 38,9% 0,0% 6 42,9% 40,0%
Totais 3.428 1.007 29,4% 1.643 47,9% 1.204 35,1% 71 2,1% 672 55,8% 40,9%

Fonte: Coordenação de Pesquisa/Comvest

Publicado originalmente em: https://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2019/04/23/diversidade-no-ingresso-graduacao-atinge-marca-historica?fbclid=IwAR2uS7GPGJUteqV2et0aX64VgP3AeHQVGxtDah1Fo-JzECC46wz2b-hxiWk