Unicamp Atinge Metas de Inclusão com um Ano de Antecedência

Na manhã da sexta-feira (12), o reitor da Unicamp, professor José Tadeu Jorge, apresentou à comunidade os resultados obtidos no vestibular 2016 quanto as ações de inclusão na Universidade. Estiveram presentes o Pró-reitor de Graduação, Luís Alberto Magna e o Coordenador Executivo da Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest), Edmundo Capelas de Oliveira, responsáveis pelos órgãos que elaboraram a proposta que levou aos resultados deste vestibular. Acompanhou a apresentação o Coordenador Geral da Unicamp, Prof. Álvaro Penteado Crósta.
“O dia de hoje é uma data histórica, um marco para a Unicamp, um marco para as ações de inclusão das universidades públicas”, disse o reitor, referindo-se aos resultados do vestibular 2016 como um sucesso do Programa de Ações Afirmativas e Inclusão Social (PAAIS) da Unicamp

Entenda:

No ano de 2004, por proposta do então Coordenador Geral da Unicamp, o atual Reitor José Tadeu Jorge, o Conselho Universitário da Unicamp (Consu), aprovou a criação do Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social na Unicamp (PAAIS). O PAAIS visa estimular o ingresso de estudantes da rede pública na Unicamp ao mesmo tempo em que estimula a diversidade étnica e cultural. A metodologia utilizada pelo PAAIS é a adição de pontos à nota dos candidatos no vestibular.

O PAAIS não funciona como um sistema de cotas. Em vez disso, aplica uma bonificação em pontos na nota do candidato que tenha cursado o ensino médio exclusivamente em escola pública, com uma bonificação adicional àqueles se autodeclaram PPI (pretos pardos ou indígenas, segundo denominação utilizada pelo IBGE).

Nessa ocasião o PAAIS, previa que esses candidatos receberiam automaticamente 30 pontos a mais na nota final após a segunda fase. Candidatos autodeclarados PPI, além dos 30 pontos adicionais, teriam mais 10 pontos acrescidos à nota final, totalizando 40 pontos.

Em abril de 2013, a Reitoria, por meio da Pró-Reitoria de Graduação da Unicamp (PRG) propôs ao Consu que Universidade atingisse o índice de 50% de estudantes ingressantes oriundos de escola pública, dentre os quais estudantes autodeclarados PPI em proporção à observada no Estado de São Paulo, segundo avaliado pelo IBGE (cerca de 35%). O Consu aprovou a proposta estabelecendo que até o vestibular de 2017 fossem atingidas essas metas. Naquela oportunidade, a proposta aprovada majorou a bonificação para 60 pontos (com mais 20 se o candidato autodeclarasse PPI).

Como o programa PAAIS permite ajustes, vários estudos e simulações continuaram a ser realizados pela Pró-Reitoria de Graduação da Unicamp, através da Comissão Permanente para os Vestibulares, a fim de atingir os percentuais propostos quanto às ações de inclusão.

Assim, em 2015, visando o vestibular de 2016, a Reitoria, através da PRG e com base nas simulações elaboradas pela Comvest, apresentou ao Consu, que a aprovou, a proposta de bonificação de 60 pontos (mais 20 se autodeclarado PPI) já na primeira fase (60 + 20), para fim de convocação para a segunda fase; e nesta, bonificação de 90 pontos (mais 30 se autodeclarado PPI) no cálculo final da média, que é composta pela nota da primeira fase (com a bonificação 60 + 20), nota da redação (com a bonificação 90 + 30) e nota da segunda fase (com a bonificação de 90 + 30).

“Com isso, como previsto pela simulação conduzida pela Comvest, ultrapassamos já neste ano de 2016, mais da metade (51,9%) de ingressantes que cursaram o ensino médio exclusivamente em escola pública. E, desses, 43% são autodeclarados pretos, pardos ou indígenas (PPI). Com esses números, a Universidade supera e antecede em um ano as metas de inclusão social definidas pelo Conselho Universitário em 2013 e previstas para serem atingidas apenas no ano de 2017”, afirma o pró-reitor de Graduação da Unicamp, professor Luis Alberto Magna.

Para Magna, é importante destacar que esse incremento foi mais significativo nos cursos considerados de alta demanda. Se considerarmos os cinco cursos mais procurados na razão candidato vaga do vestibular Unicamp 2016, o curso de Medicina teve 88,2% de alunos oriundos de escola pública, Arquitetura e Urbanismo 86,7%, Midialogia 70%, Ciências Biológicas 60% e Engenharia Civil 62,5%.

Entre os autodeclarados PPI as porcentagens desses entre os oriundos exclusivamente de escola pública nos mesmos cursos foram: Medicina com 36,1%, Arquitetura e Urbanismo 26,9%, Midialogia 38,1%, Ciências Biológicas 33,3% e Engenharia Civil 44%. Isso significa que dos cinco cursos mais procurados, em três deles foi ultrapassado o parâmetro estimado pelo IBGE para o Estado de São Paulo, e os outros dois ficaram muito próximos disso.

Ao fim da coletiva o reitor José Tadeu, disse que a Unicamp se sente orgulhosa de fazer um processo de inclusão sem correr o menor risco de queda da qualidade dos alunos que aqui estão ingressando.

Texto: PRG