Iniciativas de suporte a estudantes com altas habilidades são debatidas na Graduação

Dadas as convocações para que os ingressantes de Vagas Olímpicas 2019 efetivem suas matrículas na Unicamp, a Pró-Reitoria de Graduação (PRG) promoveu na manhã desta segunda-feira, 18/2, um encontro com coordenadores, professores e colaboradores dos diferentes cursos da Universidade para debater o acolhimento destes estudantes e iniciativas que possam oferecer suporte desde sua chegada, passando pela permanência e melhor aproveitamento de sua carreira acadêmica.

Como tem feito com os diferentes perfis de estudantes que estão entrando na Graduação em 2019, a PRG tem buscado trocar experiências e debater com seus profissionais e toda comunidade acadêmica, além de outras universidades dentro e fora do estado de São Paulo, alternativas de preparo com a perspectiva de conhecer melhor seus alunos e, de forma colaborativa, encontrar mecanismos para apoiá-los no decorrer de seus estudos.

“Nossa maior preocupação é que os estudantes entrem e tenham uma ótima experiência na Universidade. Esta é a nossa missão. Para isso estamos nos mobilizando para pensar os diferentes grupos que estão no dia a dia dos nossos cursos e a melhor forma de proporcionar suporte a todos eles”, aponta Eliana Amaral, Pró-Reitora de Graduação.

Segundo a pedagoga e orientadora educacional do Serviço de Apoio ao Estudante (SAE), Adriane Pelissoni, a Unicamp já vem recebendo contatos de tutores que buscam suporte para medalhistas olímpicos na busca por diferentes auxílios. “São pessoas que estão ajudando esses estudantes e suas famílias na escolha entre a Unicamp e outras universidades para as quais também foram convocados. O nosso trabalho é explicar que sempre atendemos casos de estudantes de altas habilidades, assim como os demais, de maneira multidisciplinar, considerando suas necessidades econômicas, sociais, psíquicas e acadêmicas”, explica Adriane. A Para ela, é importante ressaltar que esses estudantes não estão diretamente ligados à PRG ou ao Serviço de Assistência Psicológica e Psiquiátrica ao Estudante (SAPPE). Ela salienta que é necessário um trabalho de acompanhamento e integração na unidade de ensino na qual o estudante está inserido,  integrando todas as formas possíveis de apoio, dados pelos órgãos da PRG ou redes de apoio, de forma a contribuir com o bom rendimento acadêmico destes alunos.

Uma das sugestões apontadas pelo professor Marco Antonio de Carvalho, da Faculdade de Tecnologia (FT), é para que neste primeiro semestre de 2019 sejam designados, em cada uma das unidades de ensino, um mentor para os estudantes de Vagas Olímpicas. “Tratar diretamente com este mentor seria mais fácil, e ele seria um multiplicador dentro de cada Faculdade”, exemplifica o professor.

“Devemos também estar atentos, pois há casos entre estes estudantes em que eles podem demonstrar altas habilidades em alguns aspectos mas faltar em outras como, por exemplo, no aspecto social”, destaca a professora Clarissa Yasuda, do Departamento do de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM). Nesse sentido a Coordenadora do Serviço de Assistência Psicológica e Psiquiátrica ao Estudante (SAPPE), Tânia Freire de Melo, complementa ao reforçar que “dentro de um contexto particular, alguns desses estudantes vão se legitimando nesse lugar de preparo olímpico e precisamos ser cuidadosos com a maneira como eles serão recebidos aqui na Unicamp, zelando para que não haja um excesso e traçando o que se espera da experiência universitária para este aluno”.

Já a professora Gabriela Celani, da Faculdade de Engenharia Civil, destaca que dentre as futuras alternativas de criação de espaços de vivência e produção, pensadas para esses estudantes e demais alunos da Universidade, está a disponibilização de uma estrutura física onde seja possível desenvolver capacidades de elaboração de protótipos e diferentes produtos da sua área de atuação com suporte oferecido pela Unicamp. “Não necessariamente essas atividades precisam estar ligadas à alguma disciplina. É uma iniciativa inspirada nas Communities Maker Spacesdo Massachusetts Institute of Technology (MIT) que, inclusive, são espaços geridos pelos próprios alunos. Isso oferece a eles a oportunidade para que, em períodos de férias, por exemplo, ministrem oficinas para a comunidade externa de onde possam obter renda para a manutenção de equipamentos, iniciativa que já é muito bem gerida pelas Empresas Juniores”, comenta a professora.

Esses alunos que entraram através das Vagas Olímpicas são, por regra, destacados e, certamente, irão muito bem nos estudos. Deve ter outros, claro, por isso, qual nosso trabalho como professores? Estamos dando aula para eles. Podemos e temos que identificá-los e vai ser um esforço prazeroso fazer isso. E depois, por que não trabalhar com eles individualmente, através de Iniciação Científica ou algum estudo dirigido, por exemplo?”, comenta o professor Plamen Kochloukov do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (IMECC).

Dentre todos os levantamentos apontados na reunião, Eliana Amaral destacou também que “é preciso acertar o passo da caminhada desde a chegada desses estudantes aqui. Por isso nosso foco, neste primeiro momento, será junto aos professores dos anos iniciais, é ali que esse trabalho deve ter maior ênfase, pois eles irão nos apontar os indicativos de como caminhar com esses estudantes. Além disso é importante que as unidades de ensino também discutam alternativas para contribuir com a boa desenvoltura desses casos”, finaliza a Pró-Reitora.